As torres de escritórios arroladas pela pesquisa, embora possam legitimamente ser consideradas como brutalistas, na medida em que se situam no período de tempo adequado (anos 1960-70) e por compartilharem a maioria das características descritas como definidoras dessa tendência no ambiente paulista. No entanto, essas obras parecem tentar conciliar duas soluções paradigmáticas distintas, possivelmente díspares: de um lado, a busca de transparência total das caixas envidraçadas, simbolicamente ligadas aos edifícios de escritórios das grandes corporações; de outro lado, o desejo de empregar amplas superfícies rugosas e muito cerradas, características do brutalismo em todas as facetas dessa “conexão internacional”.

Para resolver esse impasse, além da opção do contraponto – envidraçamento predominante nas fachadas, fechamento total nas circulações verticais posicionadas perifericamente (de preferência à solução clássica em core central); ou da opção pela progressiva desmaterialização na progressão vertical – embasamento, pilotis e vigas de transição em concreto aparente plasticamente reforçado, corpo do edifício proporcionalmente mais transparente –, outra estratégia empregada nessa reconciliação seria uma retomada do recurso aos brises, seja enquanto elementos apenas de proteção; como no Centro de Processamento de Dados do Banco do Brasil (1970) de Mauricio Roberto, ou no Centro de Desenvolvimento Profissional do SENAC (1972), de Sérgio Pileggi e Euclides de Oliveira, ou como elementos também com função portante, como no Edifício Torre do Espigão (1972).